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第2章 Gon?alves Dias(1823—1864)

貢薩爾維斯·迪亞斯,巴西詩人、民族學家,還曾從事記者和律師職業。他被認為是巴西第一代浪漫主義最杰出的詩人,也是巴西文學史上最重要的作家之一。1823年出生于巴西馬拉尼昂州,父親是葡萄牙人,母親是混血種人,他的身體里流淌著白人、印第安人和黑人的血液,所以他的作品中展現著印第安主義、民族主義和愛國主義精神并富有浪漫主義色彩。在迪亞斯的詩歌中充滿對祖國深厚的愛,特別是當他遠離家鄉時,這種情感便愈加強烈,那一首詩人最具代表性的作品,也是每個巴西人耳熟能詳的名篇——《流亡之歌》,就是他1843年在葡萄牙時所創作的,可見其心。

Can??o do Exílio

Minha terra tem palmeiras,

Onde canta o Sabiá;

As aves, que aqui gorjeiam,

N?o gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,

Nossas várzeas têm mais flores,

Nossos bosques têm mais vida,

Nossa vida mais amores.

ANTOLOGIA

POESIA

BRASILEIRA

Em cismar, sozinho,à noite, Mais prazer encontro eu lá;Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,

Que tais n?o encontro eu cá;Em cismar, sozinho,à noite, Mais prazer encontro eu lá;Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá.

N?o permita Deus que eu morra, Sem que eu volte para lá;

Sem que desfrute os primores

Que n?o encontro por cá;

Sem qu'inda aviste as palmeiras, Onde canta o Sabiá.

Ainda Uma Vez-Adeus

I

Enfim te vejo!-enfim posso,

Curvado a teus pés, dizer-te,

Que n?o cessei de querer-te,

Pesar de quanto sofri.

Muito penei!Cruas ansias,

Dos teus olhos afastado,

Houveram-me acabrunhado

A n?o lembrar-me de ti!

II

Dum mundo a outro impelido,

Derramei os meus lamentos

Nas surdas asas dos ventos,

Do mar na crespa cerviz!

Bald?o, ludíbrio da sorte

Em terra estranha, entre gente,

Que alheios males n?o sente,

Nem se condói do infeliz!

III

Louco, aflito, a saciar-me

D'agravar minha ferida,

Tomou-me tédio da vida,

Passos da morte senti;

Mas quase no passo extremo,

No último arcar da esp'ran?a,

Tu me vieste à lembran?a:

Quis viver mais e vivi!

IV

Vivi;pois Deus me guardava

Para este lugar e hora!

Depois de tanto, senhora,

Ver-te e falar-te outra vez;

Rever-me em teu rosto amigo,

Pensar em quanto hei perdido,

E este pranto dolorido

Deixar correr a teus pés.

V

Mas que tens?N?o me conheces?

De mim afastas teu rosto?

Pois tanto p?de o desgosto

Transformar o rosto meu?

Sei a afli??o quanto pode,

Sei quanto ela desfigura,

E eu n?o vivi na ventura……

Olha-me bem, que sou eu!

VI

Nenhuma voz me diriges!

Julgas-te acaso ofendida?

Deste-me amor, e a vida

Que me darias-bem sei;

Mas lembrem-te aqueles feros

Cora??es, que se meteram

Entre nós;e se venceram,

Mal sabes quanto lutei!

VII

Oh!se lutei!……mas devera

Expor-te em pública pra?a,

Como um alvo à popula?a,

Um alvo aos dictérios seus!

Devera, podia acaso

Tal sacrifício aceitar-te

Para no cabo pagar-te,

Meus dias unindo aos teus?

VIII

Devera, sim;mas pensava,

Que de mim t'esquecerias,

Que, sem mim, alegres dias

T'esperavam;e em favor

De minhas preces, contava

Que o bom Deus me aceitaria

O meu quinh?o de alegria

Pelo teu, quinh?o de dor!

IX

Que me enganei, ora o vejo;

Nadam-te os olhos em pranto,

Arfa-te o peito, e no entanto

Nem me podes encarar;

Erro foi, mas n?o foi crime,

N?o te esqueci, eu to juro:

Sacrifiquei meu futuro,

Vida e glória por te amar!

X

Tudo, tudo;e na miséria

Dum martírio prolongado,

Lento, cruel, disfar?ado,

Que eu nem a ti confiei;

"Ela é feliz(me dizia)

"Seu descanso é obra minha."

Negou-me a sorte mesquinha……

Perdoa, que me enganei!

XI

Tantos encantos me tinham,

Tanta ilus?o me afagava

De noite, quando acordava,

De dia em sonhos talvez!

Tudo isso agora onde pára?

Onde a ilus?o dos meus sonhos?

Tantos projetos risonhos,

Tudo esse engano desfez!

XII

Enganei-me!……-Horrendo caos

Nessas palavras se encerra,

Quando do engano, quem erra.

N?o pode voltar atrás!

Amarga irris?o!reflete:

Quando eu gozar-te pudera,

Mártir quis ser, cuidei qu'era……

E um louco fui, nada mais!

XIII

Louco, julguei adornar-me

Com palmas d'alta virtude!

Que tinha eu bronco e rude

C'o que se chama ideal?

O meu eras tu, n?o outro;

Stava em deixar minha vida

Correr por ti conduzida,

Pura, na ausência do mal.

XIV

Pensar eu que o teu destino

Ligado ao meu, outro fora,

Pensar que te vejo agora,

Por culpa minha, infeliz;

Pensar que a tua ventura

Deus ab eterno a fizera,

No meu caminho a pusera……

E eu!eu fui que a n?o quis!

XV

és doutro agora, e pr'a sempre!

Eu a mísero desterro

Volto, chorando o meu erro,

Quase descrendo dos céus!

Dói-te de mim, pois me encontras

Em tanta miséria posto,

Que a express?o deste desgosto

Será um crime ante Deus!

XVI

Dói-te de mim, que t'imploro

Perd?o, a teus pés curvado;

Perd?o!……de n?o ter ousado

Viver contente e feliz!

Perd?o da minha miséria,

Da dor que me rala o peito, E se do mal que te hei feito,

Também do mal que me fiz!

XVII

Adeus qu'eu parto, senhora;

Negou-me o fado inimigo

Passar a vida contigo,

Ter sepultura entre os meus;

Negou-me nesta hora extrema,

Por extrema despedida,

Ouvir-te a voz comovida

Solu?ar um breve Adeus!

XVIII

Lerás porém algum dia

Meus versos d'alma arrancados,

D'amargo pranto banhados,

Com sangue escritos;-e ent?o

Confio que te comovas,

Que a minha dor te apiade

Que chores, n?o de saudade,

Nem de amor,-de compaix?o.

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